4 de mar. de 2004

Uma das melhores Aulas!

Uma das melhores não. Creio que tenha sido a melhor aula. Quando se fala em desenvolvimento econômico na faculdade sempre sinto um certo asco. Vem eles com os “modelos” de crescimento. Um horror! Não consigo entender como pode um modelo matemático servir para explicar o funcionamento da economia, uma entidade composta por uma infinidade de indivíduos com valores, gostos, preferências etc. etc. tão distintos quanto improváveis. Harrod-Domar, sim esses dois economistas pós keynesianos (entre tantos!) conseguiram, e como tem gosto para tudo, conseguem conquistar admiradores...

Mas esta aula foi diferente. A matéria se chama mesmo Desenvolvimento Sócio-Econômico e apesar de eu achar um pleonasmo o adjetivo “social” no meio do objeto, o resto da turma tentou explicar o que consistia o tal “sócio”econômico. Para minha surpresa e orgulho, é verdade, o professor depois de deixar a turma debater sobre a questão do nome da matéria tomou a palavra para dizer que, de fato, a palavra “sócio” é inútil quando discutimos o tema! O professor magnificamente expôs o motivos...

A minha surpresa foi porque ele é (doutrinamente falando) um cepalino e por isso fiquei espantado com a brilhante discussão conduzida por ele. Na verdade, o professor se mostrou antes de tudo, um grande cientista. Méritos sejam reconhecidos e dados.

Na discussão entre a turma se ouviu muito:

“Desenvolvimento sócio econômico é, tipo, assim, não adianta crescer a economia se não houver uma melhor oferta (pelo Estado, é claro!) de saúde.... educação..... assim, as pessoas viverem melhores...” etc. etc.

O louco criminoso aqui apenas disse que achava redundante o adjetivo “sócio” no meio disso tudo e que tentar explicar o “sócio” era um exercício de futilidade. A sociedade em toda sua dimensão está imbricada no próprio conceito de desenvolvimento econômico e por isso a não necessidade de adjetivar o óbvio. Ora, quando se fala em desenvolvimento econômico não se fala de algo surreal, mas sim das pessoas que compõe uma economia. É impossível ter desenvolvimento econômico sem haver os agentes por trás, pela frente e até a reboque desse processo. É simples assim. Desenvolvimento econômico compreende, em definitiva analise, o avanço do bem estar das pessoas que compõe o conjunto da economia.

Aí virão algumas almas sensíveis e dirão: Ah!, mas nem todas as pessoas estão incluídas na economia, tem muitas pessoas excluídas da sociedade. Sim, é claro que existe pessoas excluídas, mas elas só sairão das amarras da pobreza e da exclusão exatamente por meio do DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO e não por meio de discursos recheados de demagogia barata e oportunismo eleitoreiro, tão comuns em palanque de campanha.

Mas enfim, qual a chave para o desenvolvimento econômico? Para mim é patente desde Adam Smith. A causa e a natureza da riqueza das nações decorre da garantia da propriedade privada, da liberdade econômica, do livre comércio entre as nações, do regime de livre concorrência, da democracia e do Estado de Direito, da produção para o lucro, do não intervencionismo estatal na economia, na reduzida tributação, na mínima e insignificante burocracia e na supremacia do indivíduo sobre o coletivo, compreendido e reconhecido os valores de liberdade e responsabilidade individual onde a inventividade de cada um seja incentivada e premiada. Em outras palavras, a fonte do desenvolvimento econômico consiste no liberalismo, no sentido mais amplo da palavra.

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