18 de jan. de 2003

Demência Coletiva ou até quando durará essa hipnóse?

Não há dúvida, entre os estudiosos liberais contemporâneos, que Ludwig von Mises foi um dos maiores teóricos do liberalismo e para muitos o maior, o insubstituível. Sua erudição, criatividade, honestidade intelectual e a admirável bravura de sua luta contra o meio pensante de sua época, aliados a causa científica do estudo da Economia, fizeram de Ludwig von Mises um estudioso de distinta nobreza. Contudo, pouco lido no país onde impera o esquerdismo entre as classes falantes e “escritantes”, se é que existe esse termo.

Alceu Garcia numa oportunidade dessas, escreveu um artigo sobre a originalidade (e até atualidade) de um dos relatos de Mises onde ele abordara as características das agitações juvenis da década de 20/30 (os jovens nazistas) e naquele artigo, Alceu Garcia, mostra a total harmonia do que Mises descrevera sobre o movimento juvenil de seu tempo e as agitações estudantis da década de 60. Ludwig von Mises não é um homem de seu tempo! Diria orgulhosamente Olavo de Carvalho.

Mas bem, o que reproduzo abaixo é uma citação do livro “Uma crítica ao Intervencionismo” do nobre estudioso. Este livro reúne uma série de artigos que destila uma árdua crítica ao intervencionismo econômico escritos na década de 20 e que tão caro tem custado a nós brasileiros.

Embora von Mises tenha escrito este livro no início do séc. XX e na Áustria, o fenômeno descrito por ele cabe perfeitamente para o Brasil de nossos dias. Senão vejamos:

“O mundo só pode manter a humanidade em prosperidade, como a tem mantido nas últimas décadas, se o homem trabalhar segundo a ordem capitalista. Só o capitalismo pode aumentar ainda mais a produtividade do trabalho. O fato da grande maioria das pessoas aderir a uma ideologia, que, por recusar a admitir isso, conduz a políticas que levam a uma redução da produtividade da mão-de-obra e ao consumo de capital, está na base da grande crise cultural que ora nos assola”

Meu Deus, isso foi escrito a 80 anos!! E nós brasileiros, vivemos exatamente este mal descrito por Mises na europa de seu tempo!

Enquanto isso no país do Carnaval ou do futuro, como falavam os antigos imigrantes europeus, vivemos em estado de aguda hipnóse que extirpa a capacidade dos indivíduos, quer dizer, dos cidadãos – para soar politicamente correto – de refletir e enxergar a origem de nosso atraso e subdesenvolvimento.

Se você não compreendeu a citação acima, então prezado leitor, você precisa urgentemente ler “O Imbecil Coletivo - Atualidades Inculturais Brasileiras” já indicado em outra oportunidade e vejo que continuarei a indicar insistentemente em virtude da grave febre intelectual que assolou a cultura nacional.

Depois que li este livro, pensei que essa complacência bovina frente o estado de coisas com que a sociedade, sobretudo a letrada, convive, seria um empurrão para longe das trevas em que inconscientemente este grupo encontra-se submerso. Entretanto, constatei empiricamente, que a gravidade da patologia denuciada tanto por Mises quanto por Olavo é muito maior que eu imaginava...

Eis o mal de nosso tempo e o diagnóstico de que minha geração não viverá a superação de nosso atraso político, econômico e social.

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